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Impasse comercial: navio com 3 mil bovinos retorna ao Uruguai após rejeição em porto turco

  • siteviveragro
  • 23 de nov.
  • 2 min de leitura

 


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Um episódio de tensão no comércio global de gado vivo expõe as fragilidades da cadeia de exportações sul-americanas. O cargueiro Spiridon II, que zarpou do porto de Montevidéu em 19 de setembro com cerca de 3 mil cabeças de gado bovino a bordo, está de volta ao Uruguai após uma recusa em descarregar a carga na Turquia. A embarcação, construída em 1973 e hasteando bandeira de Togo, atracou em Bandirma por volta de 22 de outubro, mas ficou ancorada por três semanas sem permissão para liberação dos animais, gerando um atrito diplomático e comercial que só se resolveu nos últimos dias.


A situação, que chamou a atenção de veículos internacionais e mobilizou autoridades uruguaias na semana passada, resulta de um desentendimento entre o exportador uruguaio e o importador turco quanto à documentação sanitária. Pelo menos 500 animais viajavam sem a certificação veterinária obrigatória, embora a maior parte da remessa atendesse aos padrões de saúde exigidos. O impasse, descrito como uma "discrepância entre comprador e vendedor", levou à devolução da carga, com o navio agora rumando de volta a Montevidéu.


A chegada está prevista para 14 de dezembro, mas há discussões em curso para redirecionar o gado a outro comprador antes do retorno, evitando prejuízos adicionais.

Durante a travessia, registra-se a morte de ao menos 40 vacas, o que equivale a uma taxa de perdas de cerca de 1% a 2% – faixa considerada normal para operações desse porte, segundo especialistas do setor.


 Para o agronegócio uruguaio, principal fornecedor de gado vivo para mercados emergentes como a Turquia, o episódio reforça os riscos inerentes a longas jornadas marítimas. O Spiridon II, monitorado pelo site especializado Marine Traffic, ilustra como falhas burocráticas podem transformar uma operação rotineira em crise.


No contexto mais amplo, o incidente ecoa debates globais sobre o bem-estar animal em exportações de pecuária viva. Enquanto o Uruguai mantém sua reputação como exportador de alta qualidade, com volumes crescentes em 2025 – semelhantes ao recorde brasileiro na área –, incidentes como esse alimentam críticas de organizações ambientalistas e impulsionam demandas por regulamentações mais rigorosas em rotas transoceânicas.


Por enquanto, o foco está na realocação segura dos 3 mil bovinos, mas o caso serve de alerta: no vaivém do comércio agropecuário, um papel em falta pode ancorar não só navios, mas economias inteiras. O setor observa, torcendo por águas mais calmas no retorno à rota.

 

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