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Lula anuncia que assinatura do Pacto Mercosul-União Europeia deve ocorrer em 20 de dezembro

  • siteviveragro
  • 23 de nov.
  • 3 min de leitura

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O presidente Lula revelou que o tão aguardado acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia deve ser formalizado no dia 20 de dezembro, durante uma cúpula de líderes do bloco em Foz do Iguaçu, no Paraná. A cerimônia de assinatura está programada para ocorrer na capital federal, com a possibilidade de adiar a reunião de alto nível do Mercosul para os primeiros dias de janeiro na cidade paranaense, devido à agenda do presidente paraguaio.


Essa revelação, feita em meio a preparativos para o encontro regional, marca o fim de um ciclo de quase 25 anos de rodadas de negócio entre os blocos, que se encerraram formalmente no final de 2024. O pacto, que abrange os quatro países do Mercosul – Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai – e os 27 membros da UE, contempla a assinatura de dois documentos principais: um instrumento provisório de natureza econômica e comercial, e outro de escopo mais amplo e abrangente.


Apresentado ao Parlamento Europeu e aos Estados-membros em setembro, o texto precisa de aval de pelo menos 50% mais um dos deputados, além da ratificação por pelo menos 15 nações da UE, que representem 65% da população do bloco. No lado sul-americano, cada nação submeterá o material aos seus legislativos, com a implementação ocorrendo de forma independente por país.


Lula destacou a envergadura do negócio: "Trata-se de um arranjo que reúne cerca de 722 milhões de indivíduos e um PIB somado de US$ 22 trilhões. É algo de enorme relevância, quiçá o maior compromisso comercial do planeta. Após a assinatura, ainda restará muito trabalho para colhermos os ganhos desse entendimento, mas ele será concretizado.


Para o agronegócio brasileiro, que representa uma fatia vital das exportações do bloco, o acordo promete abrir portas para uma inserção mais vigorosa nos mercados europeus. Com redução de barreiras tarifárias, produtos como queijos, presuntos e vinhos do Velho Continente ganharão competitividade no Brasil, enquanto commodities sul-americanas, a exemplo da carne bovina, poderão fluir com mais facilidade para a UE – um destino que absorve volumes crescentes de proteínas animais. Essa dinâmica deve impulsionar receitas no campo, especialmente para pecuaristas e processadores de Mato Grosso do Sul e São Paulo, fomentando investimentos em infraestrutura e sustentabilidade para atender aos padrões ambientais exigidos.


Contudo, o caminho não está livre de obstáculos. A França, maior potência pecuária da Europa, rotulou o pacto como "inaceitável", argumentando que ele ignora critérios rigorosos de produção ecológica e sanitária no setor agroindustrial sul-americano. Lula rebateu as críticas, apontando o protecionismo francês como entrave aos interesses agrícolas locais. Produtores rurais europeus saíram às ruas em manifestações, alertando para o risco de influxo de mercadorias baratas da América do Sul, sobretudo carnes que, segundo eles, não cumprem as normas de segurança alimentar e preservação ambiental da UE.


No Brasil, o anúncio foi recebido com otimismo cauteloso pelo setor. Representantes da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) classificaram o marco como "um divisor de águas para a balança comercial rural", prevendo um salto de até 20% nas vendas externas de carnes e grãos para a Europa nos próximos dois anos.


Analistas, no entanto, cobram agilidade na tramitação legislativa para evitar atrasos que possam frustrar as expectativas em um cenário de volatilidade climática e geopolítica. Com essa perspectiva, o agro brasileiro se posiciona para um 2026 de expansão, onde o diálogo transatlântico não só impulsiona o PIB rural, mas também reforça a resiliência do bloco frente a ventos protecionistas.

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